top of page
sonho.fw.png

Psicoterapia Junguiana

A psicoterapia junguiana é uma forma profunda de terapia, que trabalha com a totalidade do ser. Cada um de nós tem a sua consciência (imagine um barco na superfície do oceano) e nessa consciência existe a noção de um eu (imagine-se dentro desse barco). Através do trabalho junguiano mergulharemos mais profundamente no inconsciente pessoal e coletivo (oceano) – trabalhando sonhos, visões, desenhos, bem como quaisquer sintomas, como a depressão, o trauma, raiva ou ansiedade. Muitas das vezes precisamos de olhar para dentro e ver o que o mundo imagético nos traz, permitindo à consciência abraçar tais imagens.

A forma como trabalho é integrativa, e num espaço onde o verbal e o não verbal comunicam, ocorrem sincronicidades e manifestações simbólicas, que sem julgamento e num espaço de confidencialidade aprofundam a relação terapêutica. Todos os temas são acolhidos, da mais alta epifania, à mais negra consciência, o ser é um todo, é luz e é sombra, e só nesse encontro poderá crescer em totalidade. A sabedoria de trabalhar com os elementos alquímicos da alma, possibilita a transformação de metais básicos como o chumbo [depressões e alimentos psicológicos] em ouro

[o Eu/totalidade].

​

“Mas é justamente este o perigo que corre o homem moderno: um belo dia acorda e dá-se conta que perdeu metade da sua vida” (Jung, Ab-reação, análise dos sonhos, transferência)

A psicoterapia como um processo alquímico

Psicologia Alquímica é um termo cunhado por James Hillman e baseia-se no trabalho de Carl Jung e Marie-Louise von Franz sobre a psicologia da Alquimia. Jung descobriu que as imagens dos antigos escritos e desenhos alquímicos correspondiam a um processo interno que ele reconhecia em si mesmo e nos seus pacientes. Existem vários estágios na alquimia (sendo os mais importantes) – Nigredo, Albedo e Rubedo – que correspondem a estágios cíclicos da psique. Seguidos e reconhecidos cuidadosamente, levam a uma melhor compreensão dos sonhos e das visões, permitindo que a mente consciente coopere no trabalho profundo da psique.
A psicologia profunda, tem uma base alquímica forte, onde se observa a importância das metáforas, bem como de uma linguagem simbólica que se espelha em imagens. A linguagem alquímica é em si mesma terapêutica, e à medida que vamos fazendo um trabalho interno – e quanto mais se entra em contacto com a parte criativa – maior a probabilidade de integrar e superar os obstáculos da vida, bem como, de agregar conteúdos inconscientes e desenvolver o autoconhecimento e a autorregulação, rumo à totalidade psíquica.

s2.fw.png
Minha Abordgem

Os sonhos, a linguagem profunda da Alma

Há muitas formas de trabalhar com os sonhos, e todas elas correspondem a navegações pelos reinos do nosso próprio inconsciente, pelo “desconhecido dentro de nós mesmos” – os reinos desconhecidos do nosso universo. Através do trabalho psicoterapêutico, mergulhamos profundamente na simbologia da linguagem única da Alma, para que se possa fazer luz onde há escuridão, para que a linguagem dos sonhos se possa expressar nas mensagens vindas de um inconsciente. O psicoterapeuta ajuda o seu paciente a percorrer o labirinto, o labirinto do seu mundo dos sonhos, um fio oculto que leva a um centro mais profundo dentro de si mesmo. Por vezes os sonhos necessitam de ganhar nova vida, através de Imaginações Ativas guiadas, por meio de trabalhos artísticos terapêuticos, ou da caixa de areia. Mas é importante recordar, que é poderoso em si mesmo praticar a antiga arte de testemunhar os símbolos deste mundo onírico. À medida que se trabalha mais profundamente nas mensagens que a Alma e o inconsciente estão a transmitir, ainda se torna mais possível ativar o guia interno que comanda um aparente destino.

A nossa vida compara-se à trajetória do sol

A nossa vida compara-se à trajetória do sol. De manhã o sol vai adquirindo cada vez mais força até atingir o brilho e o calor do apogeu do meio-dia. Depois vem a enantiodromia. O seu avançar constante não significa mais aumento, mas sim diminuição de força.

Sendo assim, o nosso papel junto a um jovem difere do que exercemos junto a uma pessoa mais amadurecida. No que se refere ao primeiro, basta afastar todos os obstáculos que dificultam a sua expansão e ascensão.

Quanto à última, porém, temos de incentivar tudo quanto sustente a sua descida. Um jovem inexperiente pode pensar que os velhos podem ser abandonados, pois já não prestam para nada, uma vez que sua vida ficou para trás e só servem como escoras petrificadas do passado. É enorme o engano de supor que o sentido da vida esteja esgotado depois da fase juvenil da expansão, que uma mulher esteja “liquidada” ao entrar na menopausa. O entardecer da vida humana é tão cheio de significação quanto o período da manhã. Só diferem quanto ao sentido e intenção. O homem tem dois tipos de objetivos. O primeiro é o objetivo natural, a procriação dos filhos e todos os serviços referentes à proteção da prole; para tanto, é necessário ganhar dinheiro e posição social. 

sol.fw.png

Alcançado esse objetivo, começa a outra fase: a do objetivo cultural.

Para atingir o primeiro objetivo, a natureza ajuda; e, além dela, a educação. Para o segundo, contamos com pouca ou nenhuma ajuda. Frequentemente reina um falso orgulho que nos faz acreditar que o velho tem de ser como o jovem ou, pelo menos, fingir que o é, apesar de no íntimo não estar convencido disso.

É por isso que a passagem da fase natural para a fase cultural é tão tremendamente difícil e amarga para tanta gente; agarram-se às ilusões da juventude ou aos seus filhos para assim salvar um resquício desta. Pode-se notar isto principalmente nas mães que põem nos filhos o único sentido da vida e acreditam cair num abismo sem fundo se tiverem de renunciar a eles.

Não é de admirar que muitas neuroses graves se manifestem no início do outono da vida. É uma espécie de segunda puberdade ou segundo período de “impetuosidade”, não raro acompanhado de todos os tumultos da paixão (“idade perigosa”). Mas as antigas receitas não servem mais para resolver os problemas que se colocam nesta idade.

Tal relógio não permite girar os ponteiros para trás. O que a juventude encontrou e precisa encontrar fora, o homem no entardecer da vida tem de encontrar dentro de si.”

(Jung, psicologia do inconsciente)

Dr. António Venâncio

Psicólogo Clínico

Av. da República 34, 1000-290, Lisboa.

bottom of page